segunda-feira, 18 de maio de 2009

RODEIO: A FESTA DA DOR

“Uma arena como esta poderia apresentar atrações esportivas de verdade, vários grandes atletas do Brasil estão sem patrocínio ou incentivo algum. A festa não perderia seu brilho, não deixaria de gerar empregos e as crianças presentes aprenderiam algo mais dignificante. No entanto este espaço é preenchido por uma corja de sanguinários cujo “esporte” (!?!) é laçar bezerrinhos indefesos, instalar sedém nos machos, enfiar cacos de vidro e cigarros acesos nas fêmeas, e outras práticas nazistas...para que ao abrirem os portões da liberdade esses animais escravos ainda se submetam a mais humilhações diante de um Coliseu ignorante. Abaixo a ditadura do sofrimento animal! Abaixo a tortura! Eu odeio rodeio!” Rita Lee

Imagine que o mundo voltou ao período da escravidão e você é levado a um lugar desconhecido sem imaginar a razão. Além do medo e de toda confusão pela qual sua mente passa, você é transportad@ a seu novo trabalho com várias outras pessoas, em um veículo pequeno. Quase sem ar e sem respirar, você chega. Correntes são amarradas em seus pés e mãos, como se você fosse um criminos@ que não pudesse andar livremente e, então, começa o trabalho e só há uma explicação de como ele será feito: as chicotadas. Elas te guiam até onde você será escrevizad@ e te avisam se o trabalho está sendo mal feito.

Essa realidade parece absurda e impossível de acontecer novamente. Talvez, a primeira coisa que você diria é “os Direitos Humanos me protegem” ou “leis que me asseguram esses direitos”, como não havia no passado. Pois existem direitos e existe a lei, mesmo assim, a escravidão ainda ocorre. Mas não tema, se você nasceu dentro da espécie humana, pois toda a tortura é destinada aos que não podem dizer que sentem dor: os animais não-humanos.

O rODEIO é uma das formas de exploração animal, talvez a maior delas. A prática, importada dos U$A como “cultural” e que movimenta muito dinheiro para as prefeituras, acontece todos os anos de maneira estrondosa. Em Barretos, por exemplo, a arena construída para o rODEIO tem capacidade para 35 mil pessoas sentadas, sendo a maior da América Latina. Essa lotação, no entanto, encaminha-se apenas para ver as apresentações musicais. Então, para que os animais?

Realmente, a presença dos animais é desnecessária, já que o público só quer saber de música e pegação. Mesmo assim, a vontade de se copiar a pseudo-festa estadunidense mantém a exploração animal (peça a um peão para escrever cowboy ou country, ele pode até acertar. Agora, se pedir CertaneIjo, aí fica difícil). É contra isso que a Juventude Anarquista de Osasco (assim como muitas ONGs e pessoas) se posiciona.

O RODEIO DE OSASCO

O ano de 2009 marca o 14º rODEIO em Osasco. Embora haja quem se sinta “orgulhoso”, todos sabem que o evento vem crescendo – assim como seu público – por causa das apresentações musicais. Não é contra isso que somos : queremos o fim do uso de animais em rODEIOS, não o fim dos shows.

Como moradores do município, conhecemos a falta de atividades de cultura e lazer oferecidas. Não acreditamos na mudança da sociedade por força de leis e sim pela liberdade e o Anarquismo, pois sabemos bem que as leis são elaboradas apenas para proteger o Estado e a elite que está no poder, só se aplicando aos mais fracos. Um bom exemplo é o que acontece em Osasco que a própria gestão do Município atropela estas leis por interesses politiqueiros e econômicos. A Lei Municipal 3999/2006 que rege:

Art. 36 É proibida a criação e a manutenção de animais:
I - suídeos;
II - leporídeos;
III - caprídeos;
IV - ovídeos;
V - bovídeos;

Art.
41

§ 2º É proibida qualquer utilização, em atividades de competição ou exibição de montaria ou rodeios, de qualquer prática que implique dor ou desconforto aos animais, com o objetivo de os fazer correr ou pular.

Analise: o Art. 36 diz que é proibida a manutenção de caprídeos e bovídeos no município. Logo, o uso desses animais no rODEIO é impossível, pois eles precisariam ficar na cidade por duas semanas (o tempo do evento). A parte mais chocante, no entanto, é o parágrafo segundo do Art. 41 em que o termo rODEIO é usado. Ou seja, essa atividade pouco cultural é um CRIME financiado pela população. Confirme você mesm@: http://www.osasco.sp.gov.br/legislacao/index.htm

Se a lei municipal não os convence, segue o Decreto Estadual:

O Decreto Estadual nº 40.400/95, que em seu artigo 23 assevera:
Art. 23. Os haras, os rodeios, os carrosséis-vivos, os hotéis-fazenda, as granjas de criação, as pocilgas, e congêneres não pod
erão localizar-se no perímetro urbano.

Bom, se não pode haver rODEIO em perímetro urbano, Osasco comete outro crime, pois não há área rural no município.

Lembra-se do exemplo da escravidão no início do texto? Assim como a lei não protege os animais não-humanos, mesmo existindo, nós também corremos um grande risco, ainda mais sendo coniventes com isso.

A DOR

Os defensores da tortura animal dizem que não há maus-tratos no rODEIO. Mas como dizem, “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Apresentamos, então, os bastidores do rODEIO, baseados nas modalidades da tortura do esporte:

Cutiano: É um estilo brasileiro de montar, onde o peão não tem o apoio no arreio e se segura apenas em duas cordas amarradas no peito do animal.

Saddle Bronc: Nesta o peão usa uma sela normal colocada sobre o cavalo sem o baixeiro ou pelego. O peão segura-se a uma rédea de sisal presa a um cabresto.

Bull Riding: O cowboy monta sobre o pelo do animal e segura-se apenas por uma corda amarrada na parte frontal da barriga. (Será mesmo na parte frontal???)

Para essas modalidades é usado o sedém, uma tira de couro ou crina que é amarrada em torno do animal passando pelo pênis ou saco escrotal. Ao sair para a arena essa corda é puxada com força pelo peão comprimindo os canais que ligam os rins à bexiga o que faz o animal saltar desesperado procurando libertar-se da dor terrível, que a platéia entende como animal bravio. Além da dor, pode também provocar ruptura viscerais e internas. Dependendo do caso pode provocar a morte. Assim que o animal é liberto do sedém volta a ficar calmo e dócil, mas isto não é mostrado ao público.

Laço em Dupla: É uma prova onde uma dupla de peões laçam um bezerro (um a cabeça e outro, os pés). Cada um vai para um lado esticando o animal o que lhe provoca distensões de ligamentos e tendões e músculos machucados.

Laço de Bezerro: Animais novos, alguns com poucos dias de vida. É perseguido pelo peão em alta velocidade, laçado e derrubado ao chão. Quando o animal é laçado o cavalo é freado bruscamente. O laço às vezes provoca a ruptura da medula ocasionando a morte instantânea. Outros sofrem rompimento parcial ou total da traquéia. Ao ser jogado com violência ao chão, causa fratura de vários órgãos internos provocando morte lenta e dolorosa.

Bulldogging: Dois cavaleiros tentam laçar o boi ou o bezerro. Quando conseguem, devem torcer o pescoço do animal, até que ele fique completamente paralisado.


Um comentário:

Anônimo disse...

oi jao,bom dia sou barraqueiro trabalho neste tipo de evento.a muito tempo estou de acorDo com tudo que você falou,alem dos maus tratos com os animais.
tambem tem um tipo de esploração,
com nós barraqueiros porque,os valores são muito altos da locação do solo para montagem das barracas ou estandes por exemplo:uma lanchonete de 10 metros sai no valor De $15.000 reais.
uma barraca de batidas de 5 metros
sai no valor de $10.000
os visitantes reclaman dos preços dos produtos que vendemos mas somos obrigado.
somos explorados por esses empresarios que não infra-estrutura a nós barraqueiros.

ass.barraqueiro explorado